Negociação Jedi com administradoras de cartão de crédito

Como negociar anuidade do cartão de crédito?

Sempre que passo dicas de como lidar melhor com os bancos e administradoras de cartão, evitando abusos, recebo muitos comentários de apoio e recebi email de gente que inclusive economizou R$ 530,00 com uma única ligação (o amigo no caso é titular de um cartão principal com 2 adicionais).

Atualização: o vídeo abaixo foi gravado ano passado. Neste ano, usei a mesma técnica e tive a anuidade zerada totalmente no MasterCard e também no Visa. 600 reais em uma única tacada.

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Entre vários comentários interessantes que apareceram, quero dar destaque a uma troca que tive com meu amigo Luiz Fernando Zapelini. Pedi inclusive que ele preparasse um texto para compartilhar conosco, que segue abaixo, com pequeninas edições minhas:

Abaixo listo algumas dicas e os maiores erros cometidos quando alguém quer renegociar algo nas instituições financeiras:

Não seja um nervosinho. Mantenha a calma.
Quando queremos renegociar, trocar ou cancelar um produto/serviço financeiro, por exemplo, é muito importante manter a calma e tranquilidade. Mostrar serenidade na conversa é o início de uma boa renegociação e a prova de que você tem controle sobre a situação, de que está inteirado e pesquisou sobre o “assunto”.

É extremamente normal as pessoas entrarem nas agências bancárias “bufando”, falando grosseiramente, exigindo a presença do gerente, não quer dar satisfações e explicações pra outra pessoa e, principalmente, fazendo ameaças – não de morte, mas ameaças de que vai ligar para o “Procon”, para o SAC, vai encerrar a conta (no caso de ser um banco), etc.

Saiba o que você está renegociando
O segundo ponto importantíssimo é saber do que está renegociando. Trabalhei por 1 ano em um banco do Estado de Santa Catarina, em 2007/2008. Atendi uma mulher muito bonita, delicada, de postura, enfim, aparentava ser uma mulher financeiramente “estável”. Ela sentou na minha mesa, muito calma, mostrou-me seus últimos extratos e pediu que eu revisse as tarifas que estavam descontando em sua conta (vários pingados totalizando média mensal de R$ 15,00).

As tarifas eram refentes a cheques (todo cheque compensado incide uma tarifa). Pois bem, perguntei se ela utilizava cheques e eis que ela responde: “Utilizo muito pouco, mas essas tarifas não têm nada a ver com os meus cheques. É por que eu tiro muito extrato para acompanhar o saldo… blá blá blá”.

Percebi que ela estava perdida. Sugeri o seguinte: “A Srª. aceita que eu cadastre um pacote de tarifas que contempla 5 extratos mensais, além de 2 transferências, que eu vejo que a senhora utiliza muito, e lhe dá o direito de utilizar ainda 1 talão de cheques mensal sem nenhuma cobrança adicional? Esse pacote de tarifas sairá por R$ 21,80 e a senhora terá o direito ainda de fazer um seguro residencial no valor mensal de R$ 8,90. Esse seguro, pra quem não tem esse pacote, custa R$ 15,00. A senhora terá um desconto de 50% com o pacote.”

Ela aceitou de prontidão, ficou felicíssima, elogiou meu atendimento ao Gerente e daquele dia em diante só quis ser atendida por mim. Preciso falar que saí ganhando horrores além de ajudar na meta de seguro residencial, que naquele momento estava baixa? Isso tudo foi jogada. Se a meta de débito em conta automático estivesse baixa, eu usaria este produto ao invés do seguro.

Com este caso, resumindo, quis mostrar que nós, atendentes, quase sempre identificamos se o cliente sabe do que está falando, se já pesquisou em outras IF’s, se já leu a respeito dos seus benefícios. Principalmente se o atedimento for pessoalmente, que é possível ver reações, gestos, caras e bocas.

Seja um bom cliente
– Se você for um cliente que tem cheque devolvido com frequência, liga diariamente ou quase isso para a agência pedindo “ajuda”, e ainda por cima, não tem mais nenhum outro produto/serviço do banco, não queira renegociar. Por sorte, poderá obter algum desconto, mas é raro essa prática. Os descontos são dados a clientes que usam e abusam dos produtos e serviços ofertados pelos bancos; que não tomam o tempo dos atendentes em telefone para tirar dúvidas que o 0800 pode tirar ou que, por preguiça de ler as instruções no site, preferiu ligar e ficar pendurado no telefone.

Saiba quando reclamar. E também saiba quando elogiar
– O SAC existe para que nós, clientes, possamos ligar para sugerir mudanças, reclamar e ELOGIAR. Quando somos mal atendidos, é tão fácil e simples pegarmos o telefone, ligar e meter a boca naquela pessoa que nos atendeu, ou no banco mesmo. Mas, quando acontece o contrário, para ligarmos elogiando só por um milagre.

Se você é desse tipo de cliente, saiba que a renegociação será muito difícil. Basta o seu atendente/gerente entrar no seu cadastro e ele verá tudo que você faz/fez, inclusive, as reclamações no SAC. Isso não quer dizer que se você fizer uma reclamação no SAC sofrerá nas mãos do seus Gerente, longe disso.

Mas veja: um cliente liga no SAC pra reclamar de você; a Superintendência comunica o seu Superior Imediato, que cobra uma resposta sua. Você responde, tenta contornar a situação e faz o que for preciso pra agradar aquele cliente. Noutro dia, o mesmo cliente liga pra reclamar do banco no geral. Tempos depois, ele liga novamente pra reclamar do novo gerente, ou do sistema que caiu no banco, ou da falta de agilidade no atendimento, enfim.

Algum tempo depois, ele vai na agência pra pedir um desconto na sua tarifa de cartão de crédito. Ele vai conseguir o que quer? Resposta: Só se este cliente tiver mais de R$ 50.000,00 aplicado, tiver seguro de vida, residencial e do carro, pagar uma previdência e ter uma fatura de cartão de crédito alta. Agora, dependendo da cidade, quais são as probabilidades de você ser esse cliente? ;P

Pesquise. Adquira informações
– Pesquise sobre o produto/serviço que você quer desconto. Saiba quais são as vantagens de tê-lo. Procure saber o valor das outras instituições para contra-argumentar.

Use sua criatividade para aumentar a flexibilidade de negociação
– Se sentir que o desconto não virá, tente inverter o jogo. Por exemplo: quero um desconto no pacote de tarifas mensal (aquele valor pago mensalmente para ter direito a saldos, extratos, TED, DOC, cheques, etc.). Esse valor você paga e pronto. Não tem retorno nenhum. O valor é todo do banco e você tem esse valor nas suas despesas todo mês pra “nada”. Colocando em valores, você paga uma tarifa mensal de R$ 30,00.

Se a negociação estiver fraca, faça o seguinte: faça um seguro de vida ou residencial, que geralmente são os dois de menores valores, e peça desconto na sua tarifa mensal. Logo, sua tarifa pode cair pra R$ 15,00 e você paga mais uns R$ 10,00 mensais em seguro. Ou seja, sua despesa que era de R$ 30,00 caiu para R$ 15,00, pois R$ 10,00 foi investido no seguro. Ressalto ainda que, geralmente, os seguros ofecerem vários benefícios: babá, faxineira mensal, troca de pneus furados, chaveiro, mecânico, eletricista, além de segurar sua vida ou sua casa.

Achei excelentes todos os comentários que o Nando compartilhou conosco. Você também tem dicas sobre como negociar com bancos e com administradoras de cartão de crédito? Compartilhe usando as ferramentas de comentários abaixo.

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