Parte final do resumo do livro Maestria: as Chaves do Sucesso e da Realização Pessoal, de George Leonard (link afiliado).
Chave 5 – O limite
Na página 104, é apresentado um conceito aparentemente paradoxal com tudo o que Leonard escrevera até então. O mestre descrito até esse momento por Leonard seria aquele indivíduo sereno, zen, que aproveitaria cada segundo do platô em uma eterna jornada.
Porém, ao mesmo tempo, os mestres são aqueles que se desafiam além do limite, que assumem riscos para uma melhor performance e em alguns momentos ficam obcecados na busca.
Leonard diz que caminhar no limite é um ato que exige equilíbrio. E que necessita saber quando os limites da segurança estão sendo rompidos. Em alguns casos, aquele que deseja ser mestre acaba cruzando esse limite conscientemente.
O vídeo abaixo é uma viva ilustração do que Leonard quer dizer. Trata-se da competidora de triatlo, Julie Moss, de 23 anos, que liderava a prova Hawaii’s Ironman Triathlon World Championship.
Alguns metros antes de chegar à linha de chegada, Julie Moss se sentiu fraca e caiu. Ela então levanta, continua caminhando e, exausta, cai novamente. Seu corpo não aguentava mais. Mesmo assim, a sua determinação a faz levantar novamente, cambaleando e lutando contra os limites do seu corpo desidratado. Novamente, ela cai e é ultrapassada pela competidora que estava em segundo lugar. Ela é socorrida, mas novamente levanta, cai e, alguns momentos depois, prossegue engatinhando até a linha de chegada, mostrando a sua determinação.
Esse momento, registrado em 1982 pela rede ABC de televisão, causou grande polêmica. Para alguns, Julie era uma heroína e mostrou garra e determinação. Para outros, ela piorou a imagem do esporte, mostrando estupidez ao não valorizar sua saúde em primeiro lugar.
Leonard analisa ambos os argumentos e conclui que ambos estão corretos. De fato, nenhum corredor deveria ser encorajado a chegar ao limite da morte. Mas, em que tipo de mundo nós viveríamos se não fossem por heróis que cruzam os limites? Quantos de nossos ancestrais caçadores se sacrificaram para conseguir alimento ou defender suas famílias? Pessoas como Julie Moss, diz Leonard, é que afirmam a humanidade, nossa própria existência.
Muitos dos mestres têm um desejo heróico e estúpido de se dedicar além de todos os limites, de terminar a qualquer custo, de conseguir o impossível.
Claro que o bom senso é importante no equilíbrio – a determinação exagerada pode ser até patológica. Para descontrair, segue um vídeo do Monty Phyton em que o cavaleiro negro exagera um pouco no limite:
Esta chave, o limite, tem um momento certo. É preciso muitos e muitos anos de instrução, prática, entrega e visualização primeiro. E depois? Mais e mais treinamento, diz Leonard – afinal, a vida está no platô.
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Este post faz parte de uma série de seis textos resumindo o livro Maestria: as Chaves do Sucesso e da Realização Pessoal, de George Leonard (link afiliado).
01 – Mastery (Maestria) de George Leonard – introdução ao livro
02 – As cinco chaves essenciais do mestre
03 – A importância da prática para a Maestria
04 – A entrega como chave para a Maestria
05 – Visualizar o destino como forma de alcançar a Maestria
06 – Viver no limite como forma de alcançar a Maestria