Oi! Seiiti Arata. Existe uma quantidade cada vez maior de pesquisa na área de psicologia positiva. Nós vimos em vídeos anteriores que existem alguns limites no pensamento positivo e na literatura de auto ajuda.
Hoje vamos dar um passo além: vamos aceitar o lado negativo da vida para termos mais tranquilidade e realização. A ideia parece paradoxal, e por isso vamos começar com algo forte e inevitável: a morte.
1. Memento mori
Podemos contemplar a morte como algo que nos lembra do valor da vida. E que não podemos deixar escapar essa preciosa oportunidade de viver. A expressão “memento mori” do latim é uma maneira de lembrar que vamos morrer um dia e por isso usar a vida para cultivarmos valores como o desapego e a busca de aperfeiçoamento do nosso caráter.
De maneira alguma isso significa que vamos ficar ansiosamente aguardando a morte. Não é essa a ideia. Nós apenas vamos parar de fingir que a morte não existe ou que nunca vai nos alcançar. Deixamos de negar a morte e a aceitamos como parte da vida.
Felicidade não é fugir de emoções negativas, mas sim saber lidar com elas. É usar a nossa inteligência para escolher as melhores maneiras de lidar com os eventos difíceis e emoções turbulentas.
2. Estoicismo
Os estóicos conseguiam abraçar a negatividade para alcançar positividade. Com a visualização negativa, eles imaginavam a pior situação que poderia acontecer e quando se deparassem com alguma frustração, percebiam que não havia sido tão ruim assim.
Conforme nós já falamos nos vídeos sobre estresse aqui no nosso canal YouTube, o estresse não é causado pelos eventos externos do nosso ambiente ou por coisas que as pessoas ao nosso redor fazem ou deixam de fazer. O estresse vem de dentro. É a nossa interpretação das coisas que acontecem.
Veja por exemplo o caso de um funcionário que é demitido e acha que aconteceu a maior injustiça do mundo com ele. Sente medo sobre como vai conseguir pagar as contas, olhar no rosto dos vizinhos. E depois de alguns anos, já em um novo emprego, muitas vezes até melhor, olha pra trás e diz que ser demitido daquele lugar onde estava estagnado foi a melhor coisa que aconteceu. Muitos eventos dependem principalmente da nossa perspectiva.
3. Desapego
Uma outra famosa ideia estóica vem de Epíteto, que nos lembrava que não é uma ideia muito inteligente ficar apegado a pessoas ou objetos. Todo objeto uma hora quebra, é perdido, deixa de funcionar. Toda pessoa um dia morre, se vai, muda.
A perspectiva proposta é de aceitar o que temos agora, no momento presente. Sem o apego ou a expectativa de que continue no futuro. Convido você a assistir ao vídeo Viver o momento presente.
Dito isso, é normal nos apegarmos àquilo que nós gostamos. Sofremos quando as coisas mudam. Choramos com a morte de quem amamos. Temos ansiedade sobre o futuro.
O apego a qualquer situação, aparência, objeto ou pessoa nos leva ao sofrimento pois nada é permanente. Assim é que os budistas não ficam também evitando a negatividade ou forçando um pensamento positivo. É aceitando a vida como ela é que nós podemos nos desapegar de sentimentos e emoções turbulentas. Nós nos tornamos observadores, com serenidade, tranquilidade. Ganhamos consciência.
4. Ressignificar e aceitar o pensamento negativo
Assim como vimos no vídeo anterior sobre pensamento positivo (link arata.se/oi23), entendemos que não existe a necessidade de sufocar os pensamentos negativos. Quanto mais nós focamos nossos esforços em não sentir a negatividade, mais nós acabamos sentindo: é igual dizer “não pense numa girafa” e a primeira coisa que pensamos é justamente em uma girafa. Em vez disso, vamos ressignificar e aprender a utiliza-los de forma inteligente.
Quando lembramos do estoicismo e do budismo, isso não quer dizer que é necessário seguir uma certa filosofia antiga ou religião específica pra ter tranquilidade. Apenas basta lembrar que podemos usar o nosso intelecto para prosseguir adiante nos nossos projetos mesmo diante de dificuldades. Podemos amar hoje sabendo que amanhã as coisas podem ser diferentes. Podemos deixar a busca de técnicas de motivação e auto ajuda e colocar a mão na massa, fazendo o melhor possível e também aceitando a possibilidade de fracassar.
Em alguns casos esse confrontamento de nossos medos pode ser melhor realizado através da terapia cognitiva comportamental com profissionais qualificados. Em outros, é por um caminho de atividades sociais, voluntariado. Todo este processo de aceitação, de trazer novos significados e encontrar formas para vivemos melhor faz parte do processo de Desenvolvimento Pessoal e por isso convido você para visitar os vídeos especiais que temos disponíveis em https://arata.se/desenvolvimentopessoal