Oi! Seiiti Arata. Os pensamentos repetitivos fazem parte da nossa vida. E é importante termos consciência sobre eles para aprender a termos mais harmonia e coerência nas nossas escolhas. O que são esses pensamentos habituais? Vou dar alguns exemplos:
Sabe quando você ganha um presente inesperado e automaticamente responde “poxa, não precisava!”? Ou então quando alguém te pede um favor que você nem pensou se gostaria de fazer mas acaba soltando um “claro! Será um grande prazer!”? Pois é, saiu no automático. Você só se da conta disso depois, quando está fazendo aquela tarefa chata e pensando “mas porque será que eu disse que ia fazer isso?”
Ou então, quando você está conversando e escuta uma ideia interessante e, ao invés de dizer que achou aquela ideia interessante, você diz “tá bom, mas…” e começa a procurar exceções e falhas no pensamento do outro ou então em formas de contra argumentar. Tem gente que só sabe se comunicar assim – buscando falhas no raciocínio dos outros.
Em nossa comunicação, nós temos hábitos parecidos com aquela vontade automática de tomar um café depois do almoço. São hábitos inconscientes e incontroláveis, que podem ser um simples vício de linguagem – como por exemplo dizer ‘entende?’ ou ‘né?’ ao final de cada frase, ou até mesmo hábitos mais profundos, ligado com emoções mais específicas.
Todos esses são exemplos de comportamentos repetitivos que acabam se transformando em hábitos. E na nossa busca por maior consciência nós queremos evitar o comportamento que não é congruente com o que desejamos de verdade.
1. Muito cuidado com os hábitos destrutivos
Discordar de tudo é um hábito. Procurar por exceções ou falhas na lógica de um discurso também é um hábito. Ficar reparando no jeito que a pessoa fala e não nas ideias, também é um hábito. Procurar erros de pontuação e ortografia quando está lendo um texto e não prestar atenção no verdadeiro conteúdo da mensagem também é um hábito.
Não conseguir se priorizar, também é um hábito.
Existem pessoas que gostariam de dedicar tempo para elas mesmas, para se cuidar, estudar, se alimentar melhor… Mas simplesmente não conseguem resistir quando uma pessoa faz um convite para um evento e, sem pensar direito, diz: “claro, estarei lá com certeza”, com um sorriso amarelo no rosto, abandonando todos os seus planos
2. Alimente seus hábitos positivos
É claro que nós também temos hábitos positivos, como grandes virtudes, por exemplo. A paciência é um hábito, a curiosidade é um hábito.
Vamos imaginar aqui uma situação em que os seus planos acabaram sendo frustrados. Você investiu muito tempo, muito recurso, trabalhou bastante, e por algum fator inesperado e fora do seu controle: dá tudo errado.
Nesses momentos, algumas pessoas têm o hábito de entrar em fúria. Outras pessoas podem cair em desespero. Ou então sair xingando a tudo e a todos.
Porém, você pode cultivar o hábito da paciência, da perseverança e a resiliência estoica de continuar avançando e não se abalar por imprevistos: você sabe que eles fazem parte dos seus planos.
Além da reação diante de eventos, também podemos cultivar os nossos hábitos positivos quando vamos interpretar os fatos.
3. Inventar historinha também é um hábito
O que é inventar historinha? É quando nós criamos uma narrativa explicando um evento ao nosso redor, porém sem termos as provas concretas. É um achismo nosso que tomamos como verdade.
Aquela pessoa que te deu uma fechada no trânsito é uma pessoa abusada, que te cortou de propósito para te humilhar e te menosprezar? Ou será que era um pai de família desesperado indo em direção ao hospital para acudir um filho? Não sabemos.
Se por um lado, inventar uma interpretação bonitinha e fantasiosa acaba sendo muito meigo e inocente, podemos escolher uma abordagem mais racional e neutra: aceitar nossa ignorância.
Em vez de nos sobrecarregarmos criando explicações negativas de que as pessoas ao nosso redor são maléficas, com intenções de nos colocar pra baixo, nós podemos apenas aceitar o fato de que nós não sabemos qual a motivação dessas pessoas.
Dessa maneira, evitamos aquele pensamento positivo repleto de arco-íris e unicórnios, e também nos protegemos contra o pensamento negativo de que todo mundo é canalha, trapaceiro, ou que vai nos sacanear.
Isso também vale para a narrativa que criamos sobre nós mesmos e sobre a nossa condição. Quando você está preso no trânsito, qual é a interpretação que você faz de você mesmo? Você automaticamente fica com raiva por estar aprisionado, perdendo tempo? Ou você interpreta aquele momento como uma pausa e oportunidade única para que você possa refletir sobre o seu dia?
Tudo isso vai nos ajudar a estar no momento presente [arata.se/oi05], vendo o mundo como ele realmente é, sem alimentar fantasias em nossa cabeça.
Uma boa forma de entendermos os nossos hábitos é refletindo um pouco sobre quais seriam eles e listando o que você quer melhorar. Deixe aqui nos comentários quais são os hábitos que você deseja cultivar e quais são os hábitos que você deseja diminuir.
Algumas perguntas a mais para refletir: Quais comportamentos automáticos te ajudam? Que tipo de pensamento repetitivo tem te prejudicado?
E aqui vai uma dica extra: perceba que mesmo os hábitos negativos estão cumprindo algum tipo de papel positivo em sua vida. Geralmente, é um papel de gratificação imediata. Quando você perde a paciência e precisa sair berrando e xingando, existe um certo alívio emocional naquele momento de extravasar a raiva.
Entretanto, depois desse “desabafo”, você pode se arrepender, então esse hábito está te trazendo prejuízos de médio e longo prazo.
Entenda qual é o benefício de curto prazo que os seus hábitos negativos estão trazendo, para que você possa encontrar outros caminhos e substituir por hábitos que ajudam você no curto, médio e também, no longo prazo. Se você acredita que precisa reformular teus hábitos, eu tenho um ebook sobre mudanças de hábitos que você pode baixar nesse link aqui.