Malcolm Gladwell – Blink: Quando a intuição do piscar de olhos está errada e nos leva para a pobreza

Se por um lado existe o processo consciente que é utilizado por nós para focalizar em objetivos, traçando planos para alcançar metas e implementar de forma estratégica, existe um outro lado, ainda muito pouco conhecido, que é nosso poder de intuição.

Acho engraçado pois muitas vezes eu leio cinco livros diferentes sobre um determinado assunto, e comento com minha mãe, e ela não apenas concorda com as idéias estruturadas na teoria destes autores, mas inclusive sempre praticou diversos conceitos, intuitivamente.

E este não é o único exemplo – na realidade são muitos os casos em que a mera intuição do piscar de olhos que possui um valor muito maior do que a análise racional de laboratório que é possível pela mais alta ciência.

Malcolm Gladwell é possivelmente um dos nossos maiores intelectuais, um autor bastante jovem e que certamente continuará publicando livros fantásticos, escreveu um livro apenas sobre esse assunto, chamado Blink: The Power of Thinking Without Thinking.

Gladwell analisa diversas situações em que o nosso poder intuitivo supera a capacidade racional de dissecar situações a fim de construir algoritmos e cenários otimizados. Mas também revela as situações onde certos ruídos, como a pressão social e preconceitos, pode resultar em julgamento precipitado.

Muitas das nossas decisões racionais, talvez a maioria das escolhas tomadas é baseada em uma decisão intuitiva. O que fazemos, para não sermos rotulados como malucos, é justificar nossa escolha criando decisões e histórias para justificar a escolha.

Esse é o caso de quando tomamos uma Pepsi ou Coca Cola e dizemos que temos uma certa preferência, explicando o motivo concentrando todas nossas razões na textura da bebida, em seu aroma, sua acidez, doçura… quando na realidade existem outros fatores menos “racionais” como por exemplo a imagem que a marca transmite… que influencia diretamente em nossa percepção.

Outros exemplos? Margarina que para ser percebida como mais gostosa precisa de corantes amarelos, ser chamada de “imperial” no nome e embalagem prateada. Garrafas de bebida que são remodeladas para serem percebidas como mais sofisticadas e por consequência receber melhores notas de consumidores quanto a seu sabor…

E, para revelar um exemplo ainda mais radical de percepções distorcidas, Gladwell conta o caso do mundo da música clássica, onde Abbie Conant sofreu o preconceito da época que não admitia mulheres para orquestras, a não ser para tocar instrumentos femininos, como o violino.


Abbie Conant: vitoriosa num mundo machista que não aceitava uma garota tocando um instrumento “de homem” como o trombone. Exemplo de intuição que atrapalha mais do que ajuda.

Por sorte, Abbie conseguiu realizar o teste de admissão atrás de uma cortina, assim como outros concorrentes, para evitar favoritismos. E a surpresa dos juízes, ao levantar as cortinas, de que era uma garota tocando um instrumento em que se espera visualmente encontrar um homem poderoso com grande fôlego acabou resultando em grande incredulidade.

A história de Abbie e de outros casos onde nosso julgamento intuitivo acerta com precisão ou erra cometendo enormes injustiças é muito interessante e merece ser lida na obra de Gladwell (link afiliado).

E com relação a nós? Que tipos de julgamentos nós realizamos baseados em nossos preconceitos, em nossas limitações que apenas contribuem pra nos manter presos a nossos limites e dificultando o acúmulo de riquezas?

Esse é um tipo de pergunta que vem fascinando profissionais como eu que trabalha na área de coaching e de educação para desenvolvimento pessoal.

Para lidar corretamente com nossos preconceitos e os mapas intuitivos “errados” que temos dentro de nós, vamos explorar em detalhes o nosso sistema operacional, a psicologia por trás de nossas ações. Vamos sair da Matrix da Classe Média entendendo como criar nossa nova realidade.

Caso tenha interesse em saber mais, conheça o livro A Classe Alta: Os truques de marketing e psicologia que aprisionam a classe média… e o que fazer para enriquecer.